Dal libro Trucioli di Mondo
Ai ragazzi che conobbi a Volta Redonda (Rio de Janeiro) nell’agosto 2013
Ciò che rimane di un viaggio sono le persone che si incontrano. Negli aeroporti del mondo ci sono incroci strani, improbabili, storie che alle volte diventano dei veri e propri dipinti. Surrealismo, impressionismo, cubismo, si intrecciano stili di movimenti artistici, si confondono nomi e soprannomi, pettinature, valige e occhiali. Eppure in mezzo alla confusione generale, avviene dello stravagante. Avviene che possa riconoscere un’espressione, un paio di labbra, un fazzoletto a quadretti blu.
Mi stupisco, vedendomi immobile, al centro del corridoio che lateralmente termina ove comincia l’alba. Le vetrate negli aeroporti sono state la più grande invenzione dell’uomo. Nessuno si accorge di loro, almeno fino a quando non passa la signora dai capelli raccolti e ci strofina una bella passata di vetril. La trasparenza rende l’aeroporto un luogo aperto, lanciato sull’orizzonte, un ponte di frontiera, una zona franca da cui sognare partenze, arrivi e… e amori.
Certo. Amori. Sapete.. di quelli impossibili, lontani e opposti, di quelli che dicono non si trovi traccia da secoli… Beh, esiste un istante in ogni aeroporto del mondo nel quale si consuma un amore del genere, ed io ci credo.
Io credo negli aeroporti.
Io credo negli amori impossibili.
Ogni luogo che permetta al sogno di entrare è intimo.
Ogni luogo che permetta al sogno di cominciarsi è romantico.
Ma il luogo che vede il sogno realizzarsi, quello è il solo che ti spetta.
La folla mi prende in giro e in ballo, il corridoio è una pista per soli sognatori perché chi sa viaggiare, sa anche sognare.
Ho conosciuto viaggiatori per moda e necessità, viaggiatori per gola e viaggiatori per fuga, ma nulla di questi conteneva in sé l’essenza di chi sa viaggiare.
Ho incontrato chi viaggia per nutrire l’anima di nuovi orizzonti, ascoltare le dimenticanze, portare bellezza. Ho conosciuto chi viaggia per lasciarsi insegnare un nuovo sorriso. In questi sì, ho riconosciuto la sapienza del viaggiare.
Ciò che rimane di un viaggio sono le persone che si incontrano.
Ma quante persone ci sono nel mondo? E perché mai sto incontrando proprio queste?
Oh, se avessi la lucidità di capire quanto è importante ogni singolo istante che vivo! Probabilmente smetterei di scrivere o al contrario starei sempre a farlo.
Perdersi silenziosamente nella folla è scombinare il carpe diem, cercare l’errore nel perfetto passato a cui si appartiene.
Avrei bisogno di prendermi una vacanza lunga una vita, per entrare in contatto almeno una volta con ciascuno. Forse non basterebbe il tempo. Eh no, il tempo no, non basta mai.
Se solo sapessi cogliere il fiore che dà origine alla primavera, il primo sorriso d’ogni creatura!
Se solo sapessi vivere ogni giorno con la felicità con cui guardo la Luna d’estate!
Ci siamo. Ci sto cadendo di nuovo. Lamento la fugacità della vita e non mi accorgo di perderla già.
La vita, una di quelle cose che non hanno orario ma che non possono aspettare.
Anche per questo forse sono in viaggio, perché l’incontro preciso con quelle sconosciute persone non può più attendere.
Traduzione in portoghese di Klaus Brüschke
PESSOAS DESCONHECIDAS
O que fica de uma viagem são as pessoas que encontramos. Nos aeroportos do mundo existem cruzamentos estranhos, improváveis, histórias que, às vezes, se tornam verdadeiras pinturas. Surrealismo, impressionismo, cubismo; entrelaçam-se estilos de movimentos artísticos, confundem-se nomes e apelidos, penteados, malas e óculos. No entanto, no meio da confusão geral, acontece algo extravagante, acontece que se consegue reconhecer uma expressão, os lábios, um lenço quadriculado azul.
Fico maravilhado ao me ver imóvel no meio do corredor que termina, lateralmente, onde começa a aurora. As janelas do aeroporto foram a maior invenção do homem. Ninguém se dá conta delas, até que passe a mulher com os cabelos presos e lhes esfregue o pano com Vidrex. A transparência torna o aeroporto um lugar aberto, lançado no horizonte, uma ponte de fronteira, zona franca com a qual se sonham partidas, chegadas e… amores.
Claro. Amores. Sabem… daqueles impossíveis, distantes e opostos, daqueles que se diz não haver mais vestígios há séculos… Bem, existe um instante em todos os aeroportos do mundo em que um amor assim se consome, e eu acredito nisso.
Eu acredito nos aeroportos.
Eu acredito nos amores impossíveis.
Todo lugar que permita ao sonho entrar é íntimo.
Todo lugar que permita ao sonho começar é romântico.
Mas o lugar que vê o sonho se realizar é o único que cabe a você.
A multidão me faz troça e me faz dançar, e o corredor é uma pista só para sonhadores, porque quem sabe viajar também sabe sonhar.
Conheci viajantes por moda e por necessidade, viajantes por gula e viajantes por fuga, mas nenhum deles continha a essência de quem sabe viajar.
Encontrei quem viaja para alimentar a alma de novos horizontes, escutar os esquecimentos, levar a beleza. Conheci quem viaja para aprender um novo sorriso. Nestes, sim, reconheci a sabedoria de viajar.
O que fica de uma viagem são as pessoas que encontramos.
Mas quantas pessoas há no mundo? E por que estou encontrando justamente a elas?
Oh, se tivesse a lucidez de entender quão importante é cada um dos momentos que vivo! Provavelmente pararia de escrever ou, ao contrário, continuaria a escrever sempre.
Perder-se silenciosamente na multidão é desmanchar o carpe diem, é procurar o erro no destino perfeito ao qual pertenço.
Tenho necessidade de tirar umas férias que durem a vida inteira para entrar em contato, ao menos uma vez, com cada um. O tempo não seria suficiente. Pois é, o tempo nunca é suficiente.
Se eu soubesse colher a flor que dá origem à primavera, o primeiro sorriso de cada criatura!
Se eu soubesse viver cada dia com a felicidade com que olho a Lua no verão!
É isso. Estou de novo aqui. Lamento a fugacidade da vida e não percebo que já a estou perdendo.
A vida, uma daquelas coisas que não têm hora, mas que não podem esperar.
Talvez também por isso estou em viagem, porque o encontro exato com aquelas pessoas desconhecidas não pode esperar mais.
Una risposta a "PERSONE SCONOSCIUTE"